HISTÓRIA DA LITERATURA INGLESA
Este trabalho tem o objetivo de
sintetizar o livro Rumos da Literatura Inglesa de M Elisa Cervasco e
Valter L Siqueira publicado em 1988, relacionando autores e suas principais
obras, segundo sua fase histórica:
- Idade Média: uma literatura se define
- A Renascença: o limite a ser alcançado
- O Século XVII: grandiloquência e sagacidade
- A Restauração e o Século XVIII: razão e artificialismo
- O Romantismo: a aventura da imaginação
- A Era Vitoriana: o romance domina a cena
- O Fim do Século: continuadores, opositores e profetas.
- O Século XX: variedade e complexidade
- O Pós-guerra: admirável (?) mundo novo.
A Idade
Média: uma literatura se define
A produção literária medieval era feita nos
mosteiros e os nomes mais representativos são Beda o Venerável (672-735)
que escreveu em Latim a História Eclesiástica do Povo Inglês, os poetas Caedmon
(século VII) e Cynewulf, que em inglês arcaico fizeram versos sobre
temas como a história do velho e do novo testamento e a vida dos mártires e
santos cristãos.
Na temática religiosa antiga destaca-se Beowuf
escrito por volta do ano 700. Trata-se de um herói de uma tribo escandinava e
suas aventura se passam num período distante. O poema revela a sensibilidade de
um povo com forte sentido de comunidade, que prezava seus guerreiros e as
virtudes do Lord que os protegia, recebendo dele, em troca, total fidelidade.
A partir de 1066 – invasão normanda – o dialeto
francês ocupa lugar de destaque na ilha. O gosto literário é afrancesado, e os
“romanescos recitados por menestréis. Um dos exemplos mais conhecido desse
gênero, o ciclo arturiano, narrando as aventuras do Rei Artur e os cavaleiros
da távola redonda. Havia uma literatura em francês para a corte e uma
literatura em inglês concentrada nas mãos da igreja como, por exemplo, o “Ormulum”,
escrito no século XII com o objetivo de suprir as necessidades das almas das classes mais baixas.
Na linha do entretenimento, havia para o povo as
baladas, canções curtas narrando histórias de amor ou aventura de um herói. Um
desses é Robin Hood, versão popular dos cavaleiros, heróis dos
cavaleiros da corte. Outra forma de arte popular era a representação de peças
sobre milagres ou mistérios da religião, escritos em inglês medieval.
A Renascença: o limite a ser
explicado
A Renascença inglesa se inicia no século XII, mas é
no Reinado de Elizabeth I, de 1558 a 1603, que ele produziu condições materiais
favoráveis para o desenvolvimento intelectual. O nacionalismo colabora para que
o latim seja suplantado pela língua inglesa.
A poesia alegórica dá lugar a lírica com Sir.
Thomas Wyatt, que trouxera da Itália o soneto, forma de expressão breve.
A prosa ficcional se desenvolve e muitas traduções,
historiografia e a ensaística em que brilha Sir. Francis Bacon
(1561-1626).
Na linha pastoril narrativa a obra de maior
destaque é “Euphues”, de John Lyly, um tratado de moral, onde
cada incidente é usado como ocasião para um ensinamento.
O teatro é o gênero de maior destaque nesta época
sendo incentivado pela Rainha. Embora toda a literatura inglesa renascentista
estivesse sujeita a uma rígida censura política, zelosa para que o pensamento
oficial não fosse contestado. Em 1559, Elizabeth I proíbe peças teatrais cujo
tema fosse a história inglesa, temendo-se referências indiretas ao presente,
através do paralelismo histórico. Não é, portanto, na Dinamarca que Shekespeare
localiza seu “algo de podre”.
O primeiro tragediógrafo é Cristopher Marlowe.
Seus temas eram a sede de poder, o poder do dinheiro e as tentações do saber.
A comédia bilha na obra de Bem Jonson
(1573-1637) com sátiras que não poupa poetas, advogados, mercadores, nobres
hedonistas e os novos ricos provincianos. Suas peças mais famosas são Every
Man In His Humour, Volpone e The Alchimist.
O dramaturgo maior foi Willian Shakespeare,
em cuja obra está muito de sua biografia. Suas primeiras obras não são
dramáticas, são longos os poemas Vênus and Adonis e The Rape of
Lucrece, dedicados ao seu patrono o Conde de Southampton. E’possível
que motivos financeiros levaram-no a ver melhores possibilidades no teatro.
Num primeiro momento Shekespeare vai buscar
assunto na história inglesa.
Em suas comédia o poeta fala de emoções que somos
capazes de reconhecer como nossas.
Entre 1601 e 1608 Shekespeare escreve
tragédias de intenso pessimismo em relação
a vida como Hamlet, Othelo, Macbeth, King Lear, Julius Caeser e Timon
of Athens. Neste período o elemento trágico conhece profunda exacerbação e
a vida humana parece apenas como um conto narrado por um idiota, cheio de alarido
e fúria, nada significand
O Século XVII: grandiloqüência e
sagacidade
O gênero que mais se destaca é a
poesia. Em 1611 a comissão de eruditos nomeados por Jaime I completou o
trabalho da tradução da Bíblia em inglês que muito influenciou leitores e
escritores britânicos.
Na corte de Carlos I, antes da
sua execução, pelos puritanos, cantava-se o amor em poemas livres, em que um
cavalheiro louvava as belezas de sua dama e a convivência, com palavras
corteses, atribuir seu amor galante.
Um expoente da poesia da época, John
Donne tinha a capacidade de transformar qualquer assunto em poesia.
Escreveu inclusive poesia religiosa dando a impressão de discussão com Deus,
temperado pelo medo e pela dúvida maior do que devoção sincera.
John Milton (1608-1674) participou da luta
entre puritanos e anglicanos e passou grande parte de sua juventude entre
livros, o que explica seu intelectualismo e pouca simpatia às fraquezas humanas
de sua poesia. Entre suas primeiras obras destaca-se Comus, peça de moralidade
encenada em casas particulares, que revela sua visão de mundo: uma jovem
virtuosa tentada pelos prazeres mundanos descritos pelo mágico Comus, resiste
com as virtudes da austeridade, que triunfa no final. São deste período Lycida,
elegia pastoril e os poemas L’Alegro e Il Penseroso.
Durante a Guerra Civil de 1642 a
1647, Milton escreve panfletos defendendo a causa puritana, o regicídio, o
divórcio e a liberdade de imprensa.
Após a restauração da República, Milton
se dedica a poesia e escreve Paradise Lost – épico que narra a queda de
Adão. Em seguida, escreve Paradise Regained – outro épico contando a
vida de Cristo. Seu último trabalho foi Sanson Agoniste, herói bíblico,
tentado pelos prazeres, mas lutando para manter seus princípios morais. A revolução
puritana fracassou com a restauração da monarquia, mas mudou o espírito da
Inglaterra. Novos tempos de tolerância, diminuição do poder do Rei e da Igreja.
A Restauração e Século XVII: a razão e o
artificialismo
Depois da aventura republicana, o
mais importante poeta da restauração foi John Drydem (1531-1700). Ele
foi o primeiro saudar a nova era comparando-a ao ocorrido no Império Romano de
Otávio Augusto César (31 A. C).
Há em seus poemas uma preocupação
com a forma, com a elaboração de versos nos quais a simplicidade e a elegância
se unem em busca do equilíbrio. Seus cânones classicizantes influenciam a
poesia do século XVII, especialmente, Alexandre Pope (1688-1700), o mais
clássico dos poetas ingleses, com perfeição formal, mas com uma visão de mundo
que deixa a desejar.
O poema de Pope mais
conhecido é The Rape of The Lock, em que satiriza os hábitos ridículos e
pretensiosos da sociedade em que vive.
Uma das primeiras providências de
Carlos II foi a de reabrir os teatros fechados pelos puritanos. A melhor
criação teatral dessa época foi comédia de costumes, com seus estereótipos – o
velho solteirão e avarento, o herói debochado, a jovem rica e cheia de
pretendentes.
São de Sir Geoge Etherege
(1635-1692) as primeiras comédias de costumes inglesas retratando o mundo
galante e fútil das damas e cavalheiros da corte inglesa como é o caso The
Man of Mode e Love in the Tub.
Willian Congreve (1670-1729) atinge a perfeição
da comédia de costumes. The Way of the World torna-o mais conhecido, com
sua denúncia de uma sociedade em que o esperto vence o honesto, o elegante
derrota o simples e a obediência à convenção social é o único modo de um homem
chegar ao sucesso.
Richard Brinsley Seridan (1751-1816) é considerado um dos
maiores comediógrafos ingleses. Sua técnica está bem representada em The
School for Scandal, The Rivals, The Critic.
A mais original comédia de
costumes do século XVII é The Beggar’s Opera de John Gay
(1685-1732) um misto de teatro e ópera.
O teatro sai de cena e o romance
caminha para o centro das atenções da literatura do seculo XIX.
Panorâmica de Lisboa Pote com asas
O Romantismo: aventura da
imaginação
O poeta romântico foi
individualista sem perder a visão do social.
Uma voz prenunciava o romantismo
na Inglaterra: William Blake (1757-1827). Blake foi defensor da
superioridade da imaginação, cujo exercício permitiria ao homem atingir a
verdade; louvou as revoluções francesa e americana vendo nelas a redenção do
homem prometido pela bíblia. Em The Marriage of Heaven and Hell estão
seus provérbios contundentes, nos quais revela uma visão aguda dos males da
sociedade. Em Song of Innocense e Song of Experience
relata as duas faces experiênçia, do ponto de vista da criança, estágio ideal,
e a do ponto de vista do adulto, em que predomina a mesquinharia e a repressão.
Samuel Taylor Coleridge trouxe
para o romantismo o exótico e o sobrenatural. Seus poemas dá total liberdade ,
compondo versos cheio de magia e mistério. Interessou-se tambem pela filosofia
e à crítica literária.
George Gordon (1788-1824), mais
conhecido como Lord Byron, é o protótipo da imagem libertária e aventureira. É
um dos responsáveis pelo “mal do século”. Sua obra mais conhecida é Childe
Harold’s Pelgrimage, onde relata suas pereginações pela europa. Sua obra prima
é o poema Don Juan, onde critica a hipocrisia, a cobiça e a opressão que vê na
sociedade da época
Keats (1795-1821) foi o cantor
inspirado da beleza de sua transitoriedade, da alegria e do amor. Sua poesia se
destaca pela elegância dos versos e pelo sensualismo. A imortalidade do belo,
como o canto do rouxinol, em Ode Tonightngaze, ou La Belle Dame Sans Merci.
Neste a “mulher fatal”dos românticos é idealizadamente sedutora, é mais uma vez
a causa da destruição do homem. Alguns vêem na Bella Dame a
personalização da tuberculose que destrói o poeta aos 26 anos de idade.
Walter Scott (1771-1832) iniciou sua carreira
como poeta, mas consagrou-se como iniciador do romance histórico. Escreveu
vários romances sobre a história do seu país, a Escócia, como Waverlay, The
Bride of Lammermoor e Guy Manering.
A Era Vitoriana: o romance domina
a cena
Charles Didkins (1812-1870), o maior entre os
vitorianos possui obra diversificada, caracterizada pelo humor e pala vida. A
publicação em fascículos mensais deu à sua obra uma estrutura episódica. Em sua
primeira obra, Pickwick Papaer, em que narra as aventuras quixotescas de
Mr. Pickwick e seu impagável criado Sam Weller; a consiência do
poder do mal em Oliver Twist; o sentimentalismo e a denúncia social nas
aventura de David Copperfield, o ataque ao poder do dinheiro em Bleak
House e Great Expectation ( o mais estruturado de seus romances)
As irmãs Bronte deram
importante contribuição feminina ao romance inglês. Além de alguns poemas Emily
escreveu um só romance, Wuthering Heights. Charlote conheceu o sucesso
com Villette, Shirley e Jane Eyre. Este último delineia a personalidade
pragmática de Jane, a jovem governanta apaixonada pelo patrão e que pensas não
ter ilusão. Sutilmente questiona alguns mitos da época. Alude a injustiça da
posição da mulher instruída que só parece ser governanta.
A poesia vitoriana foi
influenciada por John Ruski (1819-1900) pensador que defendeu o culto do
prazer estético. Entre esses poetas destaca-se Dante Gabriel Rossetti
(1828-1882). Para ele, a poesia era a celebração do belo não havendo lugar para
o discurso dos problemas da época. The Blessed Damozel é sua melhor
obra. Também se destaca nos versos vitorianos Alfred Tennyson
(1809-1892), os Bowning, Robert e Elizabeth.
O Fim do Século: continuadores,
opositores e profetas
Com a morte da Rainha Vitória a
cena literária sofre mudanças. Novas tendências influenciam e convivem com
padrões consagrados.
Os continuadores e os oponentes
representam o que as denominações indicam: continuar ou criticar o espírito
vitoriano.
Os profetas são os artistas que
mantenha uma afinidade com os pré-rafaelistas ou uma Geroge Eliot,
preconizando novos rumos. Para o individualismo e a sensibilidade se apresenta
o valor mais alto que o espírito social e moralidade. A literatura produzida
por eles será mais consciente e artística, mais propriamente insular.
Rudyard Kipling (1865-1936) poeta, contista e
romancista e um continuador. Transparece em sua obra a certeza de que os
grandes triunfos da era vitoriana não desaparecerão nunca e que nenhum preço é
demais para garantir a supremacia britânica. Sua ideologia pode nos ferir a
sensibilidade.
Thomas Hardy (1840-1928), romancista e poeta,
pode ser considerado o último dos vitorianos pela cronologia. Porém, e um
antivitoriano, enquanto despreza os valores da época que se extinguia, como o otimismo
materialista e imperialista. Sua visão de mundo é pessimista, perpassada por um
acentuado sentido trágico da vida.
Entre os oponentes destaca-se Samuel
Butler (1835-1902). Poucas das instituições vitorianas escaparam às suas
irônicas investidas. Erewhon – anagrama de “nowere” é um dos seus
maiores conhecidos romances, nele encontramos uma sátira a moda de Thomas
More.
Os integrantes do movimento
esteticismo são oponentes ao vitorianismo e os profeta enquanto defendem a arte
pela arte. O maior representante desse movimento é Oscar Wilde
(1854-1900). Poeta e pensador Wilde se destaca com o romance The
Picture of Dorian Gray. Nele o herói hedonista, repetindo europeu de Fausto,
vende sua alma em troca de preservação de sua beleza física.
Falar em teatro é falar de George
Bernad Shaw (1856-1950). Fez defesa apaixonada ao individualismo em ensaios
e peças. Foi socialista e um dos fundadores da Fabian Society.
Modernizou o mito de Pigmaleão. O teatro irlandês teve grande influência
no desenvolvimento do teatro moderno na Inglaterra.
Uma grande expressão do romance
como grande arte foi Joseph Conrad (1857-1824). Publica seu primeiro
romance Almayer’s Folly, aos 40 anos de idade. Em Lord Jim e The
Heast of Darkness, Conrad usa o mar e as viagens como meio de exploração do
maior dos mistérios: o homem.
Há muitos romancistas no período
como H. G. Wells (1866-1946) criou a moderna ficção cientifica, em obras
The Time Machine, a fascinante história de um viajante no tempo. The
War of The Worlds, que trata da invasão de marcianos.
Continuadores, oponentes e
profetas deixaram sua marca na literatura inglesa.
O Século XX: variedade e
complexidade
A grande figura da nova poesia é T.
S. Eliot (1888-1965), poeta, crítico, dramaturgo. Em sua poesia há aliança
da superficialidade e da seriedade que louvara na poesia de John Done.
Suas imagens são complexas e ao mesmo tempo um tom de conversação usando
palavras comuns. Seus poemas mais significativos são: Prufrock na Other
Observation, livro publicado em 1917, The Lost Song of J. Alfred
Prufrock, em que enfatiza a frustração e a trivialidade da vida individual
num mundo onde impera a decadência. A obra máxima foi publicada em 1922 com o
título The Waste Land. Esse longo e complexo poema não segue uma
organização rígida, e, desse ângulo reflete o caos do mundo moderno.
No século XX, com a expansão do
público leitor o artista não compartilha mais com ele um conhecimento comum,
ele não pode mais narra com autoridade de seus predecessores nem mesmo usar a
mesma técnica sob pena de falsear a realidade.
James Joyce (1882-1941) moderniza o romance
a ponto de tornar sua leitura dificílima. Em Finnegans Wake procura
reproduzir a estrutura de um sonho: palavras são distorcidas juntadas umas às
outra, o ritmo é tão importante quanto à poesia.
Em Ulisses, Joyce reúne os
temas da sua cidade. Tudo se passa em Dublin, no dia 16 de junho de
1904. Foi um escândalo literário, não só pela audácia das formas como pela
franqueza com tratava os pensamentos mais íntimos dos personagens, expostos
claramente no registro do fluxo de suas consciências.
H. Lawrence (1885-1930) revolucionou o
romance especialmente pela concepção de mundo. Nos romances como Lady
Chatterley’s Lovers, The Rainbow e Women in Love, a paixão e o sexo são
visto como a única defesa possível da vida contra as forças destrutivas da
civilização. Em Sons and Lovers, trata do amor edipiano.
Aldous Husley (1894-1963) captou bem certos
aspectos do mundo entre guerras, onde já se dera a ruptura da estabilidade
otimista vitoriano. O progresso científico é visto criticamente, para quem a
ciência não poderá nunca eliminar a tolice do homem. Brave New World
passa uma visão de um futuro em que a tecnologia acabou com o sofrimento, mas também
com a grandeza do homem.
George Orwell (1903-1950) escreveu,
inicialmente, romance de cunho social enfocando aspectos da realidade dos anos
30. Seu último romance –1984- é uma previsão de um futuro sonbrio, com
um Estado totalitário fiscalizando tudo.
O poeta mais representativo desse
período é W. H. Auden (1907-1973). Auden foi capaz de dar voz à
atmosfera de seu tempo, trazendo a vida política para a poesia. Suas melhores
obras são: The Age of Anxiety e None.
O Pós-guerra: admirável (?) mundo
novo
Terminada a guerra, a economia
inglesa estava destruída e só foi se refazendo aos poucos com a ajuda
norte-americana. O lento aquecimento da economia impacientava os jovens.
Reagindo a esse estado de coisa, aparece na literatura inglesa um grupo de jovens
romancistas, teatrólogos e poetas chamados de “Angry Young Man”.
O único teatrólogo angry
de importância é John Osborne. Sua intensa expressão dramática é
encontrada já na sua primeira peça Look Back in Anger (1956), com seu
atormentado Jimmy Porter, vítima das transformações por que passava a
sociedade inglesa. Em peças posteriores como Luther (1961) ou A Patriot For
Me, Osborne deixa de lado sua ira contra as causas da problemática
econômica e social e dedica-se mais aos conflitos de caráter pessoal como a
solidão ou a coerência ideológica, já se afastando do teatro tipicamente angry.
Os principais romancistas que
escrevem antes e durante e depois dos jovens irados, destacam-se Evelyn
Waugh e Graham Greene.
A mais importante figura da
literatura inglesa atual, Doris Lessing, tem se mostrado uma ficcionista
fecunda, tendo produzido até ficção científca, na sérieCanapus in Argos:
Archives. De tendência socialista, já une esse temas em seus primeiros
romances, como a trilogia Children of Violence, iniciada em 1952. Lessing
também se perocupa com a condição da mulher em nossa sociedade, em romances
como The Golden Notebook (1962) ou The Summer Before the Dark
(1973).
O teatro percorre diversos
caminhos, entre os quais se destaca o teatro do absurdo, cujo o maior
representante é Samuel Beckett. Sua peça mais conhecida é Waitting for Godot
(1953), uma contundente análise da condição humana atual. Dois mendigos esperam
pelo misterioso Godot, numa metáfora ao desespero do homem em sua inútil
espera de algo que lhe dê sentido à vida. Também a esse teatro pertence Harold
Pinter. Em peças como The Caretaker (1960), The Collection (1962) ou
Old Time (1960), Pinter tem abordado dilemas de nosso tempo como
a alienação, o isolamento e falta de comunicação entre as pessoas.
A poesia tem conhecido diversas
manifestações, como a continuação da tradição romântica com Dylan Thomas,
ou as experiências concretistas de Jan Hamilton Finlay. Ted Hughes
tem produzido uma poesia que reflete a angústia do homem atual. Seu poema mais
famoso é Crow (1970), em que rejeita a irracionalidade e a violência, em
que rejeita os valores de nossa civilização.
ALGUMAS OBRAS DA LITERATURA
INGLESA